Quando penso sobre limites ou converso sobre esse assunto com pais ou famílias em meu consultório, sempre me vem a imagem das águas de um rio. O que seria delas sem suas margens em todo seu percurso? Quando em excesso pela ação da chuva, essas mesmas águas causam inundações e danos ao homem, por não terem o que lhes dê um limite.
Por outro lado, a água represada e devidamente canalizada gera energia, é útil ao ser humano. Assim, também acontece conosco.
Sendo assim, a ausência, excesso ou rigidez de limites não ajudam. A criança precisa de parâmetros. A criança não deve se sentir culpada pelos seus atos, mas responsável por estes.
Mas, o que é dar limites?
De um modo didático, mas sem qualquer intenção de oferecer uma receita de bolo, pode-se dizer que dar limites:
· É uma maneira de dar segurança à criança e mostrar que você se importa com ela.
· É ensinar que existem outras pessoas no mundo e os direitos de uma pessoa acabam onde começam os direitos dos outros.
· Dizer sim, sempre que possível e, não, sempre que necessário. Dizer não quando necessário é uma forma de mostrar às crianças que nem tudo é possível, e que a vida é assim, cheia de nãos pela frente.
· Mostrar que não podemos crescer, achando que todos no mundo têm que satisfazer nossos mínimos desejos. Isso é preparar a criança para lidar com questões muito importantes nas relações interpessoais.
· Antes de dar e pedir limites, os pais devem ,principalmente, ter e saber dar limites a si mesmos. Não se consegue educar sem coerência, persistência e tolerância.
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